Chaves, Kiko, Chiquinha, Seu Madruga e Dona Florinda são alguns dos personagens que marcaram profundamente a infância e a juventude de milhões de telespectadores.
Criado por Roberto Gómez Bolaños, o seriado Chaves é um sucesso desde sua criação na década de 1970. Com humor pastelão, os personagens conquistaram carinho de milhões de fãs com suas piadas, trapalhadas e lições de moral.
E apesar de ser um programa completamente inofensivo, o que muitas pessoas não sabem é que um dos episódios foi banido permanentemente da televisão.
O que teria levado a isso?
Desentendimentos entre os atores
Os problemas entre Carlos Villagrán, o Kiko, e Roberto Bolanõs, o Chaves, já começaram na década de 70, onde os dois entraram em vários conflitos.
Não se sabe o motivo exato disso, embora haja algumas especulações, até mesmo sobre Florinda Meza, esposa de Roberto e quem já teve um caso com Carlos antes dos dois se casarem.
Um dos motivos pelo qual os dois brigaram, e que posteriormente levou a saída de Carlos do seriado foi um episódio escrito por Roberto, um tanto quanto perturbador.
Carlos prefere não comentar sobre isso até hoje, mas uma cópia do roteiro vazou antes mesmo de Roberto conseguir gravar o episódio.
A emissora responsável pela produção do programa na época era a Televisa, principal emissora do México, e depois de assistirem a um piloto que estava sob análise para aprovação, a equipe televisiva ficou horrorizada com o que viram, e proibiram a veiculação do episódio na televisão para qualquer um. Mas afinal, qual era o conteúdo?
O episódio macabro
O que Roberto tinha proposto era uma mudança de conteúdo do seriado, para que ele fosse exibido apenas para adultos, pois teria o mesmo conteúdo humorístico mas com cenas mais fortes de terror.
O episódio em questão, que chegou a ser gravado para os funcionários, começa como muitos outros, com o garoto Chaves brincando com um dos brinquedos do Kiko, quando ele é surpreendido pelo mesmo que ordena que ele devolva seu brinquedo imediatamente.
Ele toma das mãos do Chaves e o derruba no chão, e como vingança, o Chaves parte para cima dele, e os dois começam a brigar. Até aí, nenhuma novidade.
A Dona Florinda chega, acha que é o Seu Madruga que está querendo bater no Kiko e dá o clássico tapão na sua cara.
Acontece que a cena seguinte é um tanto quanto forte. Depois que ela vai embora, o nariz do Seu Madruga começa a sangrar tanto que ele cai duro no chão, e não consegue mais se mover.
Aparentemente estava morto, e a Chiquinha, o Chaves e o Kiko, presenciando a cena, começam a chorar. O curioso da cena é que os três choravam normalmente, sem seus choros característicos de “pi pi pi”, “grrrr” ou “ué, ué ué ué”.
Na cena seguinte, Girafales e o Sr. Barriga chegam à vila com dois policiais que levam Dona Florinda presa, que não esboça nenhuma reação, enquanto o Kiko chora desesperadamente e é consolado pelo Sr. Barriga. A cena toda acontece durante a noite na vila.
Depois de um diálogo entre o professor e o Sr. Barriga, que explicam que o Seu Madruga teve um traumatismo craniano, a cena muda e se volta para o Chaves e a Chiquinha que permanecem sentados observando a vila, vazia, quando a Dona Clotilde aparece em vestes pretas, remetendo ao satanismo, e com um livro misterioso na mão.
Ela conversa com a Chiquinha, agora sentada na porta de sua casa, e desenha um pentagrama no chão (sinistro, não?), enquanto a iluminação da vila é muito fraca. Nesse momento, a Chiquinha arregala os olhos e solta um grito de horror quando um vulto magro aparece na porta da vila.
Contradições
É difícil saber exatamente o que acontece no final do episódio, porque como foi proibido e somente a equipe da Televisa teve acesso, não há informações. Apesar disso, há boatos de que na década de 90 o episódio teria vazado e sido vendido para um argentino.
O episódio teria custado cerca de 4 mil dólares, mas não se sabe o nome dele e nem se é verdade, porque todas as informações são negadas.
O fato é que ninguém iria gostar de assistir esse episódio e nem de acreditar nisso. É melhor manter toda a turma do Chaves na nossa memória como os que nos fizeram rir durante todos esses anos.
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